O que é um plano de saúde? Entenda contratação, preços e coberturas
Contar com o suporte de um plano de saúde é uma aspiração crescente entre os brasileiros. De acordo com o Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), ele ocupa o 3º lugar na lista dos maiores desejos dos brasileiros, atrás apenas da casa própria e da carreira profissional.
Esse dado reforça a importância de entender o que é um plano de saúde de fato, quais são seus tipos e como o serviço pode impactar diretamente a saúde e o bolso de quem contrata. Continue a leitura para entender tudo sobre cada um desses temas.
O que é um plano de saúde?
Um plano de saúde é um serviço oferecido por operadoras de saúde que proporciona atendimento médico e hospitalar ao usuário em troca de um pagamento mensal. A ideia central é garantir que, em caso de necessidade, o usuário tenha acesso a consultas, exames, procedimentos e internações, com a cobertura financeira do plano.
Os planos variam bastante de acordo com:
- Tipo de cobertura (ambulatorial, com obstetrícia e/ou hospitalar);
- Tipo de contrato (individual, familiar, coletivo por adesão ou coletivo empresarial);
- Tipo de pagamento (com ou sem coparticipação, por exemplo);
- Rede credenciada;
- Serviços oferecidos;
- Valor das mensalidades;
- Condições contratuais;
- Demais especificidades.
Em outras palavras, o plano de saúde oferece uma cobertura financeira para diversas situações da saúde, incluindo emergências, doenças crônicas e até mesmo procedimentos estéticos ou preventivos, dependendo do plano escolhido.
Na prática, isso significa que, ao usufruir de um serviço de saúde vinculado ao plano, o contratante já terá arcado financeiramente com o serviço por meio da mensalidade do plano de saúde (ainda que parcialmente, se houver coparticipação, por exemplo).
Como funciona o plano de saúde?
Um plano de saúde funciona como um contrato entre o beneficiário e a operadora: o contratante paga uma mensalidade em troca de cobertura para serviços de saúde, médicos e hospitalares. A operadora, por sua vez, oferece uma rede de profissionais, hospitais, clínicas e serviços conveniados em que seus clientes podem ser atendidos.
O valor da mensalidade varia conforme o plano contratado, a faixa etária, a região onde o plano é válido e até o histórico de saúde dos contratantes e dependentes. Dependendo do tipo de plano, você pode ter acesso a:
- Consultas médicas com especialistas.
- Exames laboratoriais e de imagem.
- Internações hospitalares.
- Cirurgias.
- Tratamentos médicos e terapias.
Além disso, o plano de saúde também pode incluir outros benefícios, como atendimento odontológico, cobertura para medicamentos e descontos em serviços variados de bem-estar, por exemplo.
Exemplo prático: Maria contratou um plano de saúde para sua família. A mensalidade dela inclui consultas médicas, exames de rotina e um serviço de emergência em caso de necessidade.
Quando seu filho adoeceu e precisou de uma consulta com um especialista, ela simplesmente agendou o atendimento buscando um médico conveniado por meio do aplicativo do plano. O custo da consulta foi coberto pelo plano e Maria não pagou nada a mais ao médico, já que o serviço está incluso na mensalidade que paga ao plano de saúde.
Tipos de planos de saúde
Existem diferentes tipos de planos de saúde em vários aspectos. Veja as categorias mais comuns de planos no quesito cobertura, suas características e as diferenças entre elas:
1- Plano de saúde ambulatorial
Este tipo de plano oferece cobertura apenas para consultas e exames ambulatoriais, ou seja, para procedimentos que não envolvem internação hospitalar. Esse tipo de plano costuma ser mais barato, pois cobre menos serviços. Ele pode ser adequado para quem busca um plano para consultas e exames periódicos, sem a necessidade de internação.
2- Plano de saúde hospitalar
O plano hospitalar oferece cobertura para internações e outros serviços médicos hospitalares mais complexos, como cirurgias e tratamentos longos. Este plano é mais completo que o ambulatorial.
3- Plano de saúde hospitalar com obstetrícia
Além dos serviços do modelo hospitalar, citados acima, o tipo de plano de saúde com obstetrícia oferece assistência à gestante durante a gravidez e também na hora do parto, cobrindo o procedimento.
4- Plano de saúde completo
O plano de saúde completo oferece uma cobertura mais ampla, englobando tanto atendimentos ambulatoriais quanto hospitalares e com obstetrícia, com uma rede de médicos e hospitais mais extensa. Além disso, este plano também pode incluir outros serviços, como atendimento odontológico e terapias complementares.
5- Plano de saúde odontológico
Algumas operadoras oferecem planos específicos para tratamentos odontológicos. Esses planos cobrem procedimentos como consultas ao dentista, tratamentos de canal, próteses, clareamento dental e outros serviços de saúde bucal.
O que é carência em um plano de saúde?
Ao contratar um plano de saúde, é importante entender que há um período de carência, que é o tempo que o beneficiário precisa esperar para ter acesso a alguns serviços, mesmo após a adesão ao plano e pagamento de mensalidades.
Esse período varia de acordo com o tipo de plano e o serviço, mas a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) estipula um período de tempo máximo que as operadoras podem exigir. Veja:
- Consultas e exames ambulatoriais: geralmente têm uma carência de 30 dias.
- Internações hospitalares: podem ter carência de até 180 dias.
- Parto: em alguns casos, a carência para parto pode ser de até 300 dias.
Vale lembrar que esses são os períodos máximos permitidos pela lei, porém há operadoras que exigem menos dias para certos procedimentos.
Tipos de contrato de plano de saúde
Ao contratar um plano de saúde, é possível escolher entre diferentes tipos de contrato.
1- Contrato individual e/ou familiar
O plano de saúde individual é contratado diretamente entre o cliente e a operadora. Este tipo de contrato engloba tanto famílias quanto planos com uma única vida e o valor da mensalidade varia conforme o perfil de saúde, faixa etária e a cobertura desejada. O custo tende a ser mais alto se comparado aos planos coletivos, mas estão menos propensos a reajustes anuais.
👉 Leia mais: Reajuste de plano de saúde empresarial: como funciona e regras da ANS
2- Contrato coletivo por adesão
O plano coletivo por adesão é oferecido por uma entidade de classe, como sindicatos ou associações. Para aderir a esse tipo de plano, o indivíduo precisa ser associado a uma dessas entidades (OAB ou conselhos federais/regionais de profissões, por exemplo). Esse tipo de plano costuma ter preços mais baixos, pois o valor é negociado para um grupo maior de pessoas, mas a adesão depende da associação a uma entidade específica.
3- Contrato coletivo empresarial
O plano coletivo empresarial é contratado por um CNPJ, desde as grandes corporações até os microempreendedores individuais (MEI). Além de ser mais personalizável, já que trata-se de uma negociação entre duas empresas (operadora de saúde e o CNPJ contratante), esse modelo também costuma ser mais barato que o contrato individual, mas os beneficiários devem se atentar aos reajustes.
Tipo de pagamento de planos de saúde
O formato de pagamento é outro aspecto importante a considerar ao contratar um plano de saúde. Os dois principais modelos são:
1- Com coparticipação
Nos planos com coparticipação, o beneficiário paga uma mensalidade fixa e, além disso, uma taxa adicional sempre que utilizar determinados serviços, como consultas, exames ou internações. Esse modelo pode ser vantajoso para quem não utiliza com frequência os serviços de saúde, já que a mensalidade tende a ser mais baixa.
Exemplo prático: João paga R$ 200 de mensalidade e, quando vai ao médico, paga uma taxa de R$ 30 por consulta. A coparticipação torna o custo inicial mais acessível, mas pode gerar custos extras dependendo da frequência de utilização.
👉 Entenda com mais detalhes: O que é plano de saúde com coparticipação?
2- Sem coparticipação
Nos planos sem coparticipação, o valor da mensalidade cobre todos os custos de utilização dos serviços médicos. Esse modelo é ideal para quem faz uso frequente de serviços de saúde, como consultas regulares, exames e tratamentos. A principal vantagem é que você não tem que se preocupar com taxas extras quando precisar de atendimento médico.
Exemplo prático: Maria paga R$ 350 de mensalidade e tem acesso a consultas, exames e internações sem custos adicionais. Esse modelo oferece mais previsibilidade nos gastos com saúde.
Qual é o plano de saúde mais barato atualmente?
O valor de um plano de saúde pode variar bastante de acordo com diversos fatores. Não há um preço fixo que pode ser considerado “mais barato”, já que o custo é influenciado por faixa etária, localização geográfica, tipo de plano (com ou sem coparticipação), cobertura desejada, perfil de saúde do contratante e outras condições citadas neste artigo.
Nas mesmas operadoras (por exemplo, Unimed, NotreDame Intermédica, SulAmérica, Bradesco, Amil etc.), você pode encontrar desde preços baixos até valores mais altos.
Ainda assim, aqui estão aspectos que podem deixar um plano de saúde mais barato:
1- Localização geográfica
A localização onde o beneficiário reside é um dos fatores mais impactantes no preço de um plano de saúde. As operadoras tendem a ajustar o preço com base nas condições econômicas da região e na rede de hospitais e médicos disponível. Por exemplo:
- Em grandes centros urbanos, como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, os planos tendem a ser mais caros devido à alta demanda e à maior rede de prestadores de serviços.
- Em cidades menores ou regiões com menos demanda por serviços de saúde, o custo pode ser mais baixo, pois as operadoras têm menos gastos com a infraestrutura e rede credenciada.
2- Tipo de cobertura
O tipo de cobertura contratada também é um fator que pode afetar o preço do plano:
- Planos com cobertura ambulatorial e hospitalar (incluindo obstetrícia, por exemplo) geralmente são mais caros do que planos apenas ambulatoriais, que cobrem consultas e exames, mas não internações.
- Planos com coparticipação tendem a ser mais baratos no valor da mensalidade, já que o beneficiário paga uma parte das despesas quando utilizar os serviços de saúde, como consultas ou exames. Esse modelo é vantajoso para quem não utiliza frequentemente os serviços médicos.
3- Faixa etária
A idade do contratante também influencia no preço, pois planos de saúde são mais caros para pessoas mais velhas, uma vez que a probabilidade de uso de serviços médicos aumenta com a idade. Além disso, planos para crianças e idosos podem ter custos diferentes devido às suas necessidades de saúde específicas.
4- Tipo de plano (individual, familiar, coletivo)
- Planos individuais são geralmente mais caros, pois não se beneficiam de descontos por quantidade de contratantes.
- Planos familiares, em que você inclui dependentes, costumam ser mais baratos por pessoa, já que o valor da mensalidade é compartilhado entre os membros da família.
- Planos coletivos, como os coletivos por adesão (em que você adere por meio de um sindicato ou associação) ou empresariais (contratados por CNPJs), são mais baratos, pois os custos são diluídos entre um maior número de beneficiários e são negociações entre duas empresas.
5- Histórico de saúde
Pessoas com condições pré-existentes ou que necessitam de cuidados médicos mais frequentes geralmente têm planos mais caros, pois a operadora assume um risco maior ao cobrir tratamentos contínuos ou complexos. No entanto, algumas operadoras oferecem planos especiais ou ajustes no valor com base nas necessidades de cobertura.
6- Cobertura nacional ou regional
- Planos com cobertura nacional (que permitem que você utilize serviços de saúde em todo o país) tendem a ser mais caros devido à rede de prestadores mais ampla.
- Planos regionais, que cobrem apenas uma área geográfica específica (como uma cidade ou estado), são mais baratos, pois a rede de prestadores de serviços é limitada.
Se você quer saber qual é o plano de saúde mais barato para o seu caso, o ideal é fazer uma simulação. Assim, você pode especificar onde mora, idade, necessidade de cobertura e outros fatores que podem baratear um pacote. Existem diversos sites que disponibilizam simuladores de planos de saúde.
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Qual o valor de um plano de saúde individual?
O valor de um plano de saúde individual também varia dependendo de várias características pessoais e do tipo de plano escolhido. Como mencionado anteriormente, fatores como idade, localização, tipo de cobertura e perfil de saúde – que são necessariamente individuais de cada cliente – influenciam diretamente o valor da mensalidade.
O valor para um plano básico, que cobre consultas e exames para pessoas mais jovens e saudáveis, em regiões mais afastadas dos grandes centros, começa em torno de R$200 a R$300 por mês. Se o seu objetivo é ter um plano mais completo, com cobertura nacional, internações e consultas com especialistas, os valores podem ir de R$400 a R$1.200 mensais, dependendo da operadora e dos serviços incluídos.
É vantajoso ter plano de saúde?
Como a resposta para essa dúvida é extremamente particular, veja a seguir perfis de pessoas que tirariam bom proveito de um plano de saúde, além de situações em que é nítida a vantagem de um plano.
Se você se identificar com alguma dessas situações, considere pesquisar e investir em um plano de saúde.
Perfis para os quais ter plano de saúde pode ser vantajoso:
1- Profissionais autônomos e donos de pequenos negócios (CNPJ):
Quem tem CNPJ e deseja oferecer benefícios a si mesmo ou a seus colaboradores pode optar por planos coletivos, que tendem a ser mais baratos.
2- Pessoas com histórico de saúde mais complexo:
Se você já tem uma doença pré-existente (como diabetes, hipertensão ou doenças cardíacas) ou precisa de acompanhamento regular para alguma condição (como fisioterapia ou acompanhamento médico contínuo), um plano de saúde é vantajoso, porque você sabe que fará um uso regular de serviços médicos, que são bem mais caros pagando no particular.
3- Gestantes e famílias:
Mulheres grávidas ou aquelas que planejam engravidar podem se beneficiar de planos de saúde que oferecem cobertura obstétrica. Esses planos oferecem uma assistência contínua durante o pré-natal, cobertura para parto (normal ou cesárea) e acompanhamento do recém-nascido.
Para famílias com filhos pequenos, que podem adquirir doenças com mais facilidade, um plano de saúde é uma maneira de garantir cuidados médicos adequados e urgências atendidas rapidamente, algo que pode ser mais difícil de conseguir pelo SUS, dependendo da região e do serviço necessário.
4- Profissionais autônomos, freelancers e microempresários
Pessoas que não têm acesso a planos de saúde coletivos por meio de um empregador, como autônomos, podem contratar esse serviço por meio de um CNPJ, desde o MEI – inclusive, os preços podem ser ainda mais atrativos.
5- Idosos
A faixa etária avançada exige cuidados médicos mais frequentes, como consultas regulares, exames e tratamentos para doenças crônicas. Para pessoas acima de 60 anos, ter um plano de saúde é uma forma de garantir o atendimento contínuo necessário, sem depender exclusivamente do SUS, que pode ter dificuldades em atender a demanda de idosos em situações mais específicas.
Situações em que há vantagem em um plano de saúde
Além de perfis de pessoas que tiram proveito de um plano de saúde, há também situações específicas em que o plano se torna vantajoso, principalmente em cenários de emergência ou quando o atendimento no SUS não é viável algum fator. Abaixo estão algumas dessas situações:
1- Cirurgias de emergência e internações hospitalares
Quando ocorre um acidente ou uma condição que requer cirurgia de emergência, o custo de uma cirurgia pode ser muito alto. No SUS, a espera por uma cirurgia pode ser longa, e em casos de urgência, os recursos podem ser limitados. Nos planos de saúde, o paciente pode ser atendido de forma mais ágil.
2- Atendimento a urgências e emergências
Planos de saúde oferecem cobertura para atendimento de urgência e emergência, um aspecto que é particularmente vantajoso para situações imprevistas e graves. No SUS, apesar de ser um direito universal, o tempo de espera pode ser maior, principalmente em regiões com alta demanda.
Se alguém sofrer um infarto ou um acidente vascular cerebral (AVC), por exemplo, o atendimento imediato é essencial. O plano de saúde garante que o paciente seja encaminhado rapidamente a um hospital com a infraestrutura necessária, o que pode não ser garantido no SUS.
3- Cobertura para procedimentos de alto custo
Alguns tratamentos médicos ou procedimentos, como quimioterapia, radioterapia, transplantes de órgãos ou tratamentos para doenças raras, podem ser extremamente caros e podem causar dificuldades financeiras para quem não tem um plano de saúde.
Passos para contratar um plano de saúde
- Defina suas necessidades: Identifique o que é essencial para você. Por exemplo, consultas, exames, hospitais próximos etc.
- Pesquise operadoras: Busque empresas confiáveis e com boas recomendações no mercado. Verifique a reputação e a variedade de opções oferecidas.
- Compare planos: Levante preços, coberturas e benefícios. Cada plano tem suas particularidades, veja qual oferece o melhor custo-benefício para o que você precisa.
- Cheque a rede de atendimento: Avalie se a rede de hospitais, médicos e clínicas atendem suas expectativas e estão bem localizados para a sua rotina.
- Leia o contrato: Preste atenção nas carências, exclusões e nas condições de cobertura. É importante saber o que está ou não incluso no seu plano para evitar surpresas desagradáveis.
- Contrate e acompanhe: Após assinar o contrato, fique atento ao pagamento da mensalidade e ao uso dos serviços. Acompanhe sempre para garantir que o plano atenda suas expectativas.
Dica extra: Se você é autônomo ou empresário, vale a pena explorar planos empresariais e coletivos, que podem ser mais acessíveis e vantajosos.